Foto: Wallace Barbosa |
Ao
assumir a revista Veja (1980) fez um pequeno artigo cujo título era “Um rei do
Sertão: O dono de Umarizal é o caçula do Senado”, há de salientar a semelhança
entre esse título do pequeno artigo dedicado ao senador Zezito na Veja, e o
título do documentário sobre o ex-deputado Federal Theodorico Bezerra ( Tio do
Ex-senador Fernando Bezerra), o documentário foi feito em 1978 pelo cineasta
Eduardo Coutinho e foi exibido no Globo Repórter daquele ano, e o título era : “Theodorico,
O imperador do sertão”, ao que parece o jornalista da revista veja só trocou
imperador por rei e teceu suas impressões sobre Zezito, apontou o fato dele não ser casado no civil com sua
esposa Maria da Conceição de Souza, e que isso lhe permitiu apoiar sua esposa como candidata a prefeita de
Umarizal a qual venceu as eleições que disputou, talvez a liderança do
ex-senador dentro do município fora interpretada equivocadamente pela revista
como autoritarismo, visto que a revista o trata como “dono de Umarizal”. Outro
ponto é que esse mesmo autoritarismo de que foi acusado de forma subtendida,
ele como senador ajudou a combater, pois não ficou no PDS indo para o PMDB, na
obra Arquivo S: O senado na história do Brasil, Westin e Bazilio (2016) citam
que ele na véspera da posse de Tancredo Neves, sobe a tribuna para explicar o
que representava a posse de um civil na presidência da república, pois segundo
ele no trecho transcrito pelos jornalistas o ex-presidente Tancredo era a
representação da esperança do povo brasileiro que tinha ido às ruas em buscas
das eleições diretas.
O texto da revista além de
tentar criar um estereótipo do senador Zezito como coronel “dono de Umarizal” , ainda
termina dizendo que o mesmo vinha ao congresso com um pequena plataforma “apoiar
o governo” , o que mais uma vez se mostrou uma aposta equivocada do jornalista da
Veja pois em seu discurso de posse no senado publicado por S. Junior (2009)
apud Um cooperativista no senado da República(1984), podemos ver que o
ex-senador tinha uma plataforma concreta: defender o cooperativismo, e a agricultura como uma forma trazer o
desenvolvimento da nossa região do Alto Oeste, fazendo uma analise desse
discurso, podemos ver um homem preocupado com a economia primária, e com volta
da democracia como inclusive já foi abordado no trecho do arquivo S, um homem
humilde que aceitou os desígnios de Deus, ou como ele mesmo disse os desígnios do
Grande Arquiteto do Universo. Apesar da crítica, o texto da revista Veja
(1980) é por assim dizer uma relíquia que agora eu disponibilizo para vocês
leitores logo abaixo.
OBS 1:Essa postagem marca
oficialmente minha volta a esse blog.
OBS 2: Umarizal não tinha 20 mil habitantes em 1980, esse número provavelmente deve ter sido a votação do ex-senador em 1978, que obviamente não se restringiu ao município de Umarizal.
OBS 3: O ex-senador Martins
Filho (Zezito) era sobrinho de dona Márcia Leite da Cunha esposa do
cooperativista Bonifácio Cândido da Cunha, este era primo legítimo de meu avô
materno Luiz Gonzaga da Cunha e de minha avó paterna Elita Tranquilina da
Cunha, primo segundo de minha avó materna Maria do Carmo Amorim e ainda primo
ligítimo de minha bisavó Maria Joaquina da Conceição ( mãe de meu avô paterno
Martiniano José de Oliveira), e ainda este era tio de dona Maria Otávia de
Oliveira, segunda esposa de meu avô Martiniano.
OBS 4: Assim como procurei citar todas fontes para criar o referido texto e disponibilizar aqui na web a matéria também gostaria de ter meu direito autoral respeitado.
Referências:
Veja.
Editora Abril (Ed.). Um rei do Sertão: O dono de Umarizal é o caçula do senado.
São Paulo, n. 633, p.1-25, 22 out. 1980. Semanal.
WESTIN, Ricardo; BAZILIO,
Bruno. Arquivo S: O Senado na história do Brasil. 2. ed.
Brasilia: Senado Federal, 2016. 63 p.
S. JUNIOR, Manuel Lino de. Discurso
de Posse de Martins Filho no Senado Federal. 2009. Disponível em:
<http://umarizalemdia.blogspot.com.br/2009/10/discurso-de-posse-de-martins-filho-no.html>.
Acesso em: 26 jan. 2018.